Ser Headbanger



Ser Headbanger. Essa é minha primeira resenha no blog, e ela quero dedicar aos amantes da religião chamada "HEAVY METAL" que assim como sou, tenho certeza que você que está lendo também é!
Todos nós, sabemos das dificuldades de expormos nosso gosto e estilo musical num país onde a grande maioria, está presa a vários tabus sociais, ideológicos e culturais, e que ao menos tentam entender ou se aprofundar nas questões alheias aos seus costumes, assim como sabemos também, que uma grande parcela dos seguidores do movimento underground em si, também agem da mesma forma com relação aos contrários (culturas e etc.).


Pois bem, mudei-me para o interior de SP há aproximadamente oito meses, mais especificamente na cidade de Pirassununga-SP, onde desde o início, ficou claro para mim que encontraria muita resistência ao meu jeito de vestir, e mais especificamente ao meu estilo musical. Sou corretor de imóveis, e quando estou trabalhando me visto de forma formal e aceitável pela sociedade, não que ande de coturno e corpse paint nos horários de folga, não é isso, mas desde pequeno, influenciado pelo meu falecido pai, que curtia desde Pink Floyd, Genesis, Nazareth e tudo o que era progressivo e psicodélico da época, era também um exímio fã de Heavy Metal, isso me fez desde pequeno querer seguir seus passos, e foi assim que entrei nesse estilo de vida ou religião, como gosto de chamar o "HEAVY METAL". Devido a influência por parte do meu pai, passei minha adolescência inteira, trocando fitas com os amigos, pois naquela época era dificílimo conhecer bandas novas, principalmente do meio mais extremo do metal internacional, dispúnhamos de poucas camisetas de banda também,mais precisamente, de poucas bandas conhecidas para se estampar nas camisetas, e lembro como se fosse hoje, minha cara de supra felicidade ao ganhar a primeira peita do Pantera, Far Beyond Driven.


Devido à toda essa influência no meu crescimento, tornei-me uma pessoa que passou direto pelas fases da moda, coleciono camisetas de banda há tempos, sendo que nos meus períodos de folga, ou até mesmo no curso que faço a noite, estou sempre vestido de metalhead (não tenho camisetas convencionais, só trajes sociais para o trabalho e minhas amadas camisetas de banda), não suporto camisas de gola polo, tenho aversão ao modismo em geral. No interior, a resistência é muito forte até para manter relações de amizades, pois às pessoas enraizadas em seus paradigmas, me olham como um ser sobrenatural.


Assim que consigo estabelecer uma relação de amizade, a primeira coisa que me perguntam é a seguinte:
- Nossa, você é tão gente fina, é tão inteligente, nem parece que curte essas músicas barulhentas do demônio (risos).
Eis que eu respondo:
- Muito obrigado! Mas esse meu jeito de ser, está totalmente atrelado ao estilo musical que amo, e a forma como fui criado por um pai também metaleiro, e à princípio, os subgêneros do metal que mais curto são os que falam de política, problemas sociais, criticam a religião como uma forma de absolutismo verdadeiro e seus dogmas que muitas vezes resultam em guerra. Há Subgêneros também, que escondem as mais belas letras românticas de todo um estilo, sem falar das aulas de história que algumas bandas nos propiciam, e que fazem com que aprendamos muito, simplesmente ouvindo o que nos dá prazer.


Quando o locutor passa o verdadeiro sentido do metal para o ouvinte, nota-se à satisfação da parte envolvida e a curiosidade em saber mais, pelo menos é assim comigo, quebra-se paradigmas com relação ao Headbanger, e na maioria das vezes, ainda consegue-se mostrar algumas bandas para a pessoa de lambuja.


O fato é que nós headbangers, também não temos nenhuma intenção em popularizar o nosso estilo e as nossas músicas, eu também não tenho, e você que está lendo com certeza não, mas temos que ter em mente, que somos pessoas comuns, que possuemsentimentos de convivência em sociedade, temos empregos formais, e na maioria das vezes, estamos inseridos no politicamente correto pelo menos no horário de expediente trabalhista. Não afirmo que devemos tentar passar uma imagem do que não somos e muito menos se importar com o que pensam, mas que é prazeroso quando conseguimos desmistificar algo que nos cerca (no nosso caso o Heavy Metal) para pessoas que até então, não tinham tido nenhum contato mais íntimo com um fã, ahhhhh isso é muito bom mesmo!


Vivo muito bem no meu estilo, não me importo com o que pensam, não mudo por nada e ninguém, a não ser que esteja errado é claro, sou headbanger de coração e tenho o HEAVY METAL COMO UMA RELIGIÃO.


E como disse o antropólogo e produtor do documentário "Metal: A Headbanger’s Journey"
"Se o Metal não te provoca essa envolvente sensação de poder, e não faz com que searrepiem os cabelos da nuca, talvez você nunca o compreenda"(Sam Dunn 2005).





RENATO PAVANELI PELLEGRINO

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